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História The End of Glory - Capítulo Único


Escrita por: DragonLove

Notas do Autor


[b]-[/b] Fanfic feita para o Concurso Fanfictions Harry Potter 2011!
[b]-[/b] Os personagens da coleção de livros e filmes, Harry Potter, não me pertencem.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Mesmo que por relances, me lembrava da cor daqueles olhos. Azuis, imagino. Sempre acreditei que mesmo na completa escuridão, conseguiria encontrá-los. Como dois faróis, que gritavam por meu nome, sem descanso. Por anos eles esperaram, ver o rosto do rapaz que os havia ofuscado se contorcer de dor. E agora, o viam.

Depois que sua mão levantou-se, segurando a varinha gêmea, não tive tempo nem sequer piscar. Ele disse algumas palavras de fato, mais nenhuma fez muito sentido. Talvez fossem somente cochichos de felicidade. Afinal, em sua face branca, não era possível ver sentidos nitidamente. Ele os havia deixado para trás, quando pequeno. Enquanto ainda estava naquele orfanato.

Não sabia de mais detalhes sobre sua infância. Mais sempre tive curiosidade de descobrir. Não sabia de nada, além de que depois de perder os pais, fora levado á um orfanato. Onde era tratado como um estranho, e onde encontra Dumbledore pela primeira vez.

Sempre tive uma vontade insana de encontrá-lo e perguntar-lhe: “Por quê?” “Porque você virou isso?” “Porque simplesmente não esqueceu? E deixou seu ódio tornar-se amor?” “Porque matou tanto?” “Porque matou pessoas que não tinham a ver com seus sentimentos já esquecidos?” “Porque virar um vilão, quando tinha outras escolhas?” “Isso faz algum sentido para você?” Para mim não faz.

Mesmo que qualquer um considere idiotice. Uma tarde de inverno, perguntei a Hermione o significado da maldade. Rony que estava ao seu lado, riu com a estupidez da pergunta. Mais a garota respondeu com bastante seriedade. “Qualidade daquele que comete alguma coisa fora do ético padrão da sua sociedade quando envolve danos á saúde de pessoas ou animais.” Respondi acenando a cabeça, e me retirei.

Na mesma tarde, entrei no quarto do colégio. E lá permaneci ao lado de Edwiges. Que por mais anormal que possa parecer, não fez barulhos e não incomodou. Como se soubesse sobre o meu estado atual. Estava deprimido. Triste demais até para levantar o olhar para aqueles que entravam e saiam do cômodo.

Porque? Você se pergunta? Simples, naquela tarde mais do que nunca sabia o tamanho da carga que carregava nas costas. Sozinho. Dumbledore estava morto, o colégio arruinado e eu, caminhando em direção á um beco sem saída. Sem ter para onde voltar, para onde correr, para quem gritar.

Na noite daquele dia, sonhei com ele mais uma vez. Estava sentado em uma longa mesa de madeira. Em uma sala vazia, a não ser por uma lareira que latejava com as chamas que pareciam vivas. Varias cadeiras estavam estendias em torno da mesa, mais ninguém estava sentado sobre elas. Até que meus olhos se viram presos aos dele. Sentado na outra ponta da mesa – que a cada momento parecia mais distante – estava o bruxo que fizera vários conhecerem a morte.

Sua pele alva parece reluzir a claridade das chamas na lareira. Suas roupas negras continuam as mesmas do nosso último encontro. E seu rosto também, tão desolado de sentimentos como antes. Retirei seus olhos dos meus, quando as chamas ficaram mais barulhentas. Mais ao voltar meus olhos, pude perceber um detalhe que escapara da última vez, a sua varinha estava encima da mesa. Um pouco a sua frente.

Automaticamente, procurei pela minha. Ela estava a minha frente, parada na mesma posição da dele. Era estranho – sempre achei – termos varinhas gêmeas. Talvez no fim, as duas só nos tenham escolhido, por sabiam que no fim teríamos um duelo. Talvez elas só queiram provar para a irmã quem é a melhor. Como numa brincadeira de criança, onde o irmão vencedor pode esfregar a derrota no rosto do outro, sem reclamações. Segundo Rony, afinal, eu não tenho irmãos.

Afastei meus pensamentos, quando ele mexeu-se na cadeira. Era um movimento fútil, de arrumar as costas. Mais aquilo havia me assustado. E foi assim que percebi como tinha medo daquele ser. Mesmo que diretamente o tenha encontrado poucas vezes, ele sempre aparecia em meus pesadelos como um monstro. Pronto para aparecer debaixo da minha cama e arrastar-me para a escuridão sem fim.

Abaixei a cabeça, com vergonha. Se fosse somente medo, era aceitável. Mais, algum outro sentimento tomava seu coração. Talvez fosse repugnância, desgosto, frustração, piedade... Não! Era algo mais forte. Admiração. Aquela descoberta assustou-me. Eu sabia que ele havia matado meus pais, e varias outras pessoas. Havia tirado a felicidade de milhares, e dito diversas vezes “avada kedavra”. Mais, uma parte estúpida e irritante, o aclamava. E implorava para ficar ao seu lado, como um palhaço.

Como último recurso, bati com força a cabeça na mesa. Que ridículo! Se essa parte realmente existe, deve ser exterminada. Eu tenho que matá-lo, ou ninguém vivera. Hermione e Rony não se casaram, ou terão filhos, que me chamaram de tio. A família de Rony não poderá se reunir mais para o natal. Luna não poderá contar novamente sobre suas criaturas mitológicas. Nevil, Dino, Fleur, Lupin, até mesmo Draco não tentará me matar novamente!

E Gina! Se não matá-lo, nunca mais a verei sorrir. Com aqueles olhos cheios de amor, aqueles braços reconfortantes, lábios doces, palavras gentis, cabelos com cheiro das margaridas, sua face esculpida por anjos. Sim, se não o matar, como poderei pedir ela em casamento? Como poderemos ter filhos, e ensiná-los a caminhar e falar? COMO?

- Eu matarei você! – Gritei, reunindo todas as minhas forças, para todo o Mundo ouvir.

O bruxo mais velho nada disse, nem ao menos se mexeu. Continuou fitando-me com seus lhos azuis cristalinos. Como se eu não tivesse dito nada, ou simplesmente, tivesse dito baixo demais. Permanecemos por minutos, nós olhando. Quando eu iria repetir minha frase. Ele desviou o olhar para o fogo. Ali, o fogo parecia mais vivo do que nunca.

O observei revirar-se e ficar ainda maior. Foi quando comecei a ver imagens sobre ele. Não eram fatos que já havia visto, mais eram todas sobre pessoas que já conheci. Vi Sirius, caindo no portão das Almas. O colégio de Hogwarts em chamas, enquanto os dementadores procuravam em meio á um enorme massacre, a vida. E ao acharem sobreviventes, eles o sugavam até a morte. Como sanguessugas famintas.

Em outra imagem, vi Hermione deitada no chão, com os olhos abertos. Mais com sangue saindo de sua cabeça. Seu corpo estava sem vida. O horror tomou-me, meus olhos arregalaram-se, e tentei vê-la como era antes, mais não consegui. As imagens voltaram, e desta vez, vi Rony. A vida ainda não o havia deixado, mais sobre seu pescoço, uma enorme abertura o levaria a morte em alguns segundos. Enquanto agonizava, um dementador o achou, e sugou as suas últimas lembranças.

Lágrimas apareceram em meu rosto. O choro veio sem eu perceber. Mesmo não querendo, as imagens continuaram. Vi Lupin dar seu último suspiro, Tonks chamar pelo marido antes do fim, Fred e Jorge imploraram pela mãe, Arthur e Molly sozinhos morreram agonizados em seu próprio sangue, Luna morreu com as mãos no peito, Nevil morreu pelo veneno da serpente, Dino foi mutilado, Fleur teve o rosto destruído, Draco arrependeu-se de não ter seguido completamente as ordens dele e foi morto com os pais, e mais mortes, vindas de mais mortes, juntas de mais mutilações, e mais dores.

Abaixei meus olhos, implorando para que as imagens parassem. E pararam, quando uma criatura vestida de preto se mexeu rapidamente. De modo que só consegui vê-la, quando já estava a minha frente. Erguido, em uma postura confiante, com um olhar penetrante como o de uma serpente. Comecei a suar com a aproximação.

Era próxima demais! Quis correr, mais não pude competir com sua velocidade. Quando ele agarrou com uma mão minha cadeira. Impedindo de fazer qualquer movimento. Sabendo que eu estava paralisado como uma pedra, ele afastou-se um pouco. E disse em um tom bruto.

- Há mais duas mortes que você deve presenciar. – Sorriu de lado, mesmo que fosse difícil distinguir a diferença de sua face normal e da sorridente – Nós encontraremos novamente antes do fim, Garoto que Sobreviveu.

Depois disso, sumiu, deixando para trás apenas uma luz negra que desapareceu rapidamente. Senti-me aliviado, mais ao perceber que o fogo moveu-se de novo. Arrepiei-me. Veria aquelas coisas novamente. Não, por favor! Tentei correr e gritar, mais de nada adiantou.

De um momento para outro, estava em um corredor. Olhei para os lados assustado e não vi ninguém. Era um corredor branco e pequeno, como o de uma casa comum, mais estava escuro demais, para que eu pudesse ver algo, além disso. Então, em uma porta do corredor, brilhou uma forte luz verde. Depois de segundos, desapareceu, e ouviu-se o choro de uma criança.

Hesitei, mais ainda assim caminhei para a porta. Já estava semi-aberta, por isso, com facilidade a empurrei. E pude ver um quarto de bebê. As paredes eram brancas, e um carpete cinzento tomava o chão. Tinha berço, estantes de brinquedos e roupas. Mais logo essas coisas sumiram de minha mente, quando vi o corpo de uma pessoa sobre o carpete.

Enquanto o bebê continuava a chorar, aproximei-me do corpo. O rosto estava virado de lado, tentei vira-lo, mais me assustei com a pele. Estava pálida e fria. Sem vida. Mais continuei determinado á ver o rosto desconhecido. E ao virar o rosto, o horror tomou minha mente. Havia visto aquele rosto apenas algumas vezes, mais isso já era o bastante, para saber quem era. Os cabelos loiros e os olhos azuis. Gritei e chorei sem perceber. MÃE!

Ali estava ela, caída no chão, como um boneco sem vida. Havia ouvido as histórias sobre sua morte heróica, quando salvará seu filho da morte. E aquilo sempre me machucou, mais agora... Chorei e esperneei por uns minutos. Depois levantei meu corpo dolorido, e sem vontade até o berço. As lágrimas cessaram quando o choro do bebê parou. E o pequeno sorriu, e eu fui obrigado a sorrir junto.

- Quando se é uma criança o Mundo é tão fácil, não é? - Perguntei á mim mesmo, em miniatura. O outro nada respondeu, somente continuou a sorrir.

Alegrei-me mesmo que só superficialmente, mais antes que pudesse dizer mais alguma coisa ao bebê, ele desapareceu. E eu pude perceber que havia mudado de lugar. Estava no que acreditava ser a Sala Precisa do colégio. Aqui o estrago não parecia tão grande, mais um gemido me chamou a atenção. Vinha de trás de montanhas de livros. Caminhei até elas, e vi o meu pior pesadelo. GINA!

Gritei mais ela não se mexeu. Corri até ela, e a toquei. A mesma pele pálida e gelada. A mesma pele sem vida. Os olhos estavam fechados, e os cabelos desarrumados. Ela havia caído na escuridão, e naquele momento, tive vontade de juntar-me a ela. Talvez lá, realmente seja melhor. Do que o inferno que estamos vivendo.

O choro veio muito mais intensivo desta vez. Senti o ar em meus pulmões parar, era como se minhas dores estivessem me matando. Elas queriam me sufocar e eu tentava sufocá-las. E por fim, elas ganharam. Morri mais uma vez. Como morria em todos os meus sonhos. Sem exceções. Acordei assustado com aquele pesadelo horripilante, agarrei as cobertas e me enfiei no meio delas. Chorei sozinho, naquela noite.

Olhei uma última vez para aqueles olhos cor de céu, e percebi que estava caindo. Junto á minha varinha gêmea, que provavelmente estava irritada por ter um dono tão fraco. E que deixou que sua irmã á vence-se com facilidade. Que humilhante. Pensei quando meu corpo tocou o chão. Todas as expectativas e as esperanças que foram colocadas em minhas costas. Eu decepcionei todos. Com minha ridícula fraqueza. Até mesmo a decepcionei, mamãe. E até ao papai. Que ridículo.

Senti uma dor enorme dominar meu corpo. Uma dor que vinha de minhas partes baixas até as de cima. De repente meu coração começou a falhar. A maldição estava me matando. Incrível, não é? Palavras tão simples, e você tira uma vida. Qual será o peso de uma alma? Como será viver sabendo que matou alguém? Bom, para ele, não faz diferença. Ele já se esqueceu do numero que matou. Só continua matando.

Uma última e inútil lágrima caiu dos meus olhos ao chão. E senti que muitos outros choravam e gritavam. Não tive forças para pedir á ninguém desculpas pela minha incompetência. Ou simplesmente, perdão. Sinto muito por ser um inútil, sinto muito por não ter sido bom o bastante. Sinto muito por não ter salvado Cedrico, Sirius ou qualquer outra pessoa. Perdão, mãe! Por ter tornado seu sacrifício inútil.

Ele suspirou uma última vez, e seus olhos se fecharam. Quando caiu na escuridão, perante a criatura do rosto branco.

Notas Finais


Bom, ta aí. Agradeço á todos que tenham lido.


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